Luiz Gustavo Rivelo

Ser pai é entender que não é seu filho que aprende quando você pensa que está ensinando…

Luiz Gustavo Rivelo.

Falando de Política, Religião, Futebol e Preconceitos

Dar rótulos é ruim. Mas algumas vezes ajuda.

Por exemplo, um freguês justo que devolve o troco a mais para o caixa do supermercado é um bom cidadão. Nunca se sabe o apuro financeiro que o caixa está passando. Mas se este mesmo bom cidadão cruzar um farol vermelho porque estava enviando uma mensagem pelo celular e matar uma pessoa, ele passa a ser um crápula desprezível. Os rótulos podem não funcionar muito bem.

Então, mesmo com todos os riscos e imprecisões, lá vão minhas opiniões sobre temas polêmicos, para uma possível classificação taxonômica moderna, com graduações na escala do politicamente correto.

Política

Para definir minha posição política uso a frase de alguém que diz: “O inimigo do meu inimigo não é meu amigo”. Exemplificando o leão que afugenta as onças que estavam me atacando não é meu amiguinho, mas sim meu novo algoz. Logo, não tenho político de estimação. De maneira geral considero todos como inimigos.

Para ser mais específico, eu me imagino vivendo em Gothan City. O Batman morreu. As quadrilhas dos super vilões brigam pelo poder e eu torço pelo Pinguim, porque o Coringa é louco e se ele vencer vai colocar fogo em tudo. Em outras palavras, o atual presidente Bolsonaro não é santo, mas a “outra” opção[1] é consideravelmente muito pior.

Creio ser um liberal conservador, mesmo não tendo certeza de que estas palavras representam no mundo real tudo que eu gostaria que representassem (na minha cabeça).

Religião

Meu apelido é Bispo[2]. Mas apesar dos vários anos frequentando a igreja eu não sou católico[3].  É que nos anos 70 na periferia pobre de Franca[4] as opções de lazer eram BEM limitadas. Além da igreja tinha um grupo de maconheiros que ficava viajando na maionese na pracinha próxima. Por sorte meus amigos da escola (incluindo as meninas da minha sala) iam para a missa e eu ia atrás. Por ironia hoje eu sou motociclista e não raramente me encosto numa pracinha do interior em frente a igrejinha ou templo da cidade, todo sujo depois de rodar o dia todo. Mas agora só curto rock (sem fumar nada). E tenho na doutrina espírita o conforto de quando a ciência ainda não consegue responder. 

Para registro ando pensando muito no destino dos países que foram colonizados por protestantes (EUA, Canadá, por exemplo) e por católicos (Brazil, México, Venezuela, por exemplo). Nos primeiros as pessoas saem de casa de manhã para “Fazer dinheiro” (make Money) enquanto que no segundo grupo as pessoas saem para “Ganhar dinheiro”. O “cheiro” é de que os cristãos protestantes são mais preocupados com as realizações e trabalhar em troca de dinheiro. Ideia a ser evoluída.

Futebol

Assunto besta para ficar perdendo tempo e discutindo. Como pessoa culta não há o que argumentar: melhor investir as energias em outro assunto. Pois o glorioso e soberano alvinegro praiano foi, é, e sempre será o melhor, maior, mais fucking power time de futebol de todos os tempos. O adjetivo da moda hoje é “topizerâ total”. E mesmo eu não tendo a menor ideia de quem é o técnico ou o nome de qualquer um dos jogadores da atualidade, mantenho a convicção. Mesmo que para poupar meus neurônios com o “mais importante assunto dentre os menos importantes”.

Preconceitos

Gostaria de não os ter. Mas nos tempos atuais a cada dia um comportamento arraigado que tenho me é apresentado como preconceituoso. O último que aprendi é que não se deve dizer algo como “dar um norte para esta questão”. Eu sempre achei que a expressão vinha da bússola, que sempre aponta para o Norte magnético, permitindo que seja feita a localização.

Mas a expressão não deveria ser usada pois faz referência a Europa, que fica no hemisfério Norte e que oprime as nações do hemisfério Sul. Se alguém se sente ofendido, não uso. Simples assim. Nesta linha de atitudes que passam a ser consideradas como preconceito vou me policiando para não expor qualquer um a uma situação que não se sinta confortável. Não por “santidade” da minha parte, mas porque não me faz a menor diferença da quantidade de melanina na pele, como alguém tem prazer com outro ou ainda do lugar onde alguém nasceu. Para exemplificar desde muito novo eu achava que um casal de homens homossexuais significava que duas mulheres a mais estariam disponíveis no “mercado”. Pode parecer muito boçal mas mostra que de verdade não me importo com as razões de cada um para fazerem o que querem com suas vidas. Da mesma forma que não quero ninguém se metendo na minha vida (principalmente o Estado), não vou me intrometer na vida de alguém. Não me sinto com mais ou menos “direitos” por ser homem, branco, heterossexual, RH positivo e acima do peso. Nasci assim. Então procuro respeitar quem nasceu (ou escolheu ser) de outro jeito.


[1] Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Dilma, Lula, José Dirceu, Genoino, Celso Daniel… as ações destas figuras públicas falam por eles.

[2] Apelido da época de faculdade. Sem qualquer ligação com religião.

[3] Dois anos de catecismo, um ano de preparatório para a primeira comunhão, um ano de crisma, dois anos de perseverança e participações nos grupos de jovens e nos corais das missas.

[4] Cidade a noroeste da capital paulista, terra do calçado e basquetebol.