A Gente Ensina com Exemplo

Você já parou para pensar em como você se comunica com seu filho? Em como você o está educando?

A comunicação envolve vários fatores. Há aqueles que acreditam que só nos comunicamos com a palavra, falada e escrita, mas existem outras formas de comunicação, que são pouco lembradas, que muitos não prestam atenção, mas estão se comunicando através delas a todo momento.

Já escutei alguém falar, não lembro exatamente onde, que uma resposta é dada instantaneamente após a mensagem ser entendida. O corpo está a todo momento passando informações para aqueles que o observam. Para um bom observador poucas palavras ou nenhuma basta.

A criança, desde o primeiro dia de vida  repete/imita o que ela está observando: movimentos, sons, gestos e expressões. Ela se utiliza desse mecanismo para absorver o conhecimento que está disponível no ambiente que a rodeia.

Situação que passamos

Eu não tinha parado para pensar nisso, mas recentemente eu estive diante de uma situação de birra do meu filho, e tentei resolver de várias formas. Tentei conversar com ele e mostrar que a birra não iria ajudar em nada a situação, porém NÃO DEU CERTO.

A próxima ação foi penalizá-lo pelo  mal comportamento, falando para ele que ele não jogaria videogame ao chegar em casa, já que sabia que era uma coisa que ele queria muito. Porém, isso fez com ele reagisse gritando ainda mais, dizendo que não queria ficar sem videogame, e reclamando.

Essa situação acabou se prolongando por muito tempo, até eu resolvi bater nele e dizer que ele iria apanhar o dia todo se fosse necessário até ele parar de implicar e se comportar.  Toda essa série de agressões, de ambas as partes, acabou baixando muito minha energia e ficou claro para mim que não tinha conduzido essa situação de forma inteligente.

O que ensinei para ele

O mais interessante e emocionante para mim foi o que aconteceu no dia seguinte. Estávamos assistindo um vídeo no youtube onde uma família passou o dia fora de casa e durante esse período os cachorrinhos deles aproveitaram a ausência deles para destruir toda a casa.

Ao ver isso o Victor olha para mim e fazendo o gesto com se estivesse dando um tapa e diz: “Se fosse eu, eu e iria bater neles!”.

Nesse instante caiu a ficha do que eu tinha ensinado a ele no dia anterior, a minha forma de resolver conflitos e quão inteligente ele era, pois tinha aprendido direitinho do jeitinho que eu tinha ensinado!

Percebi que  estamos ensinando nossos filhos a todo instante com os nosso exemplos. A falta de atenção, estresse, vício em eletrônicos, e tantas e tantas coisas que ensinamos todos os dias sem percebemos que eles são um espelho refletindo tudo que aprendem por imitação.

Nossa conversa

Eu ainda não tinha conversado com ele sobre o assunto depois do ocorrido e eu ainda estava chocado com o que tinha acabado de perceber.  Dei um pause na tv e disse para ele:

“Victor, tenho uma coisa para te dizer. Depois de ontem, papai decidiu que nunca mais vai bater em você, tá certo? Papai percebeu que essa não é a melhor forma de resolver os conflitos, e que existem formas mais inteligentes do que usar a violência”. 

Conclusão

Ainda não cheguei a uma solução ideal de como proceder nessas situações, mas acredito que não usar a agressão já foi um grande avanço. Acredito que vou escrever sobre isso nos próximos posts.

Espero que essa experiência que compartilhei possa trazer boas reflexões sobre o que estamos ensinando aos nossos filhos e de que precisamos prestar mais atenção em como estamos agindo, pois estamos ensinando a partir de nossos exemplos a todo momento!

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Sandra Figueroa
Sandra Figueroa
4 anos atrás

Birra de criança a gente não valoriza. Ou seja, quando o choro e gritos iniciar, o adulto se abaixa para ficar no mesmo tamanho da criança e olhando nos olhos dela explica o motivo da negativa e se impõe. Se ficar justificando direto a criança já ganhou a sua atenção e é provável que ela vai conseguir o que deseja com a birra cada vez maior. O NÃO educa, põe limites e ensina mais que o SIM. CONVERSA FRANCA, olho no olho da criança é positivo.

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