Medo: Inimigo ou Aliado? - De Pai Para Filho

Você já parou para pensar que nossas emoções querem nos mostrar alguma coisa? E o medo, o que será que ele quer nos mostrar? Qual a importância dele para nós?

De acordo com os cientistas, ele tem um objetivo de colocar o nosso corpo em alerta, para responder a um perigo externo com foco e atenção dando-nos a capacidade de reagir com velocidade e assertividade, aumentando assim nossa chance de nos sobressair diante das intempéries da vida, ou quem sabe até, de sobreviver diante de uma situação de perigo extremo.

Lembro-me de um documentário, que assisti certa vez, onde um bombeiro, em um momento de extremo perigo, fugindo de uma explosão, conseguiu correr tão rápido que sua velocidade se comparou a velocidade de um corredor olímpico dos 100 metros. Nesse momento o corpo usou o máximo de sua capacidade para conseguir sobreviver!

Nesse sentido o medo tem a função de nos mover, de sair da estagnação e nos dar energia de movimento e de transformação!

Conteúdos

Qual o Problema do medo?

O problema é quando criamos nosso medo a partir de uma distorção da realidade entendida, projetando uma situação inexistente e que muitas vezes nunca chegará a acontecer de fato. Porém, só o fato de imaginarmos essa situação o nosso corpo reage como se ela realmente estivesse acontecendo, trazendo muita ansiedade e medo.

A pior parte do medo é que ele é uma das principais formas de manipulação. Capaz de embaçar sua capacidade de discernimento na tomada de decisões. A princípio foi muito utilizado pelos governos como ferramenta de dominação da MASSA, se utilizando de conflitos e possíveis estados de guerra e hoje com noticiários repletos atrocidade. E não podemos esquecer do bombardeio desejos e medos utilizados pelas campanhas de marketing com objetivo de vender seus produtos.

Como o medo está relacionado a uma das partes mais primitivas e instintivas do nosso cérebro, quem souber se conectar com esses mecanismos, e pode ter certeza que tem muita gente que sabe, você será facilmente manipulado.

Para conseguirmos nos proteger desse medo, que nos aprisiona, que nos manipula, temos que estar preparados com um estado de espírito mais presente e consciente.

Treinamento Mental dos SEALs

SEALs é a tropa de elite dos fuzileiros navais dos EUA. Ela é considerada a tropa de elite mais bem preparada da mundo. Além do treinamento físico, que é bem intenso, o psicológico é ainda pior. Eles são colocados em situações de extremo medo e pânico, situações de grande stress físico e mental ao mesmo tempo e eles se utilizam de quatro ferramentas básicas para não perderem o controle e sanidade durante essas situações.

Orientação para tarefas e metas: Dividem as tarefas em etapas, pequenas etapas, cada tarefa de cada vez, mantendo-se focado e presente em a cada momento.
Ensaio mental: Fazem visualizações mentais, preparando a mente para as mais diversas situações, criando assim um condicionamento de vitória. Um ótimo exemplo disso é o que conheci como “Caixa de Criação”, onde você colocada dentro da caixa várias coisas que você deseja, inclusive com recortes de fotos.
Conversa Interna: Dizem que nós falamos o tempo todo com nós mesmos, cerca de trezentas a mil palavras por minuto. Você Já parou para perceber que tipo de coisa está dizendo a si mesmo? Nesse ponto eles são estimulados a fazerem várias afirmações positivas, o tempo todo. Eu posso! Eu consigo! (Lembrei do He-Man, dizendo: “Eu tenho a força!” Será que ele foi treinado pela SEAL? :-))
Controle da Fisiologia de Estresse: Quando o corpo está em situação de estresse toda sua fisiologia muda, a respiração fica ofegante, a pressão arterial aumenta e isso diminui a oxigenação do sangue levando ao descontrole físico e mental. Neste caso eles são ensinado a assumir o controle da respiração e conscientemente se acalmarem quando o estresse, ansiedade e medo começam a influenciar sua fisiologia.

Pensamentos e Técnicas que Uso

Medo que Algo de Ruim Possa Acontecer

Neste caso, tento imaginar se o pior acontecesse? O que eu faria? Normalmente isso me ajuda muito, pois eu acabo percebendo que mesmo assim eu conseguiria passar por essa dificuldade e seria um grande aprendizado na minha vida.

Uma questão relevante a se atentar é de onde está vindo esse medo. Muitas vezes percebo, que esse medo do futuro, vem de traumas, dores mal curadas do passado, trazendo esse medo que algo parecido se repita. Para isso temos que se aceitar as coisas e pessoas no nosso caminho como novas experiências, abrimos nosso coração e nos libertarmos dos nossos pré-conceitos.

Medo do desconhecido, do Novo

O desconhecido nos tira do controle, da estabilidade e segurança que o conhecido nos proporciona. Aceitar que não temos o controle da vida é o primeiro passo. Que a estabilidade é uma ilusão, e que temos limites humanos de tentar racionalizar a vida.

Quando paramos para sentir a vida, entendemos o quanto ela é bela com toda sua dualidade e incertezas, que isso lhe dá a oportunidade de explorar coisas novas a cada segundo. Se abrir para isso lhe trás paz, e lhe esvazia de todas essa necessidade de ter controle sobre as coisas. Lhe deixa viver mais leve e mais livre, pois você se abre para um mar de oportunidades.

Medo da Falta e da Escassez

Perceber a abundância da vida e suas oportunidades também me trás paz e me tira o medo. Perceber que a vida é um presente e que a todo momento ela me presenteia com o que estou dando minha atenção, o que está no meu foco.

Perceber a vida e todo seu movimento, todas as suas oportunidades lhe liberta do medo e sentimento de escassez e da falta, seja do que for, e perceber que ela está lhe dando tudo que você está pedindo.

Gosto muito da cena do filme Todo Poderoso, que explica bem o que estou dizendo. Porém a clareza e o cuidado, você tem que ter na hora de decidir o que você quer.

Considerações Finais

Acredito que os seres humanos foram criados para se relacionarem com tudo e com todos e o isolamento em que vivemos hoje, acaba nos trazendo muitos problemas. Não estou falando aqui do isolamento referente ao distanciamento social por causa da pandemia. Estou falando do nosso senso de comunidade, de pertencimento e de humanidade.

Não deveríamos criar núcleos sociais tão restritos, com uma sociedade cada vez mais egoísta, onde nem os próprios familiares se ajudam. Tem uma música de Engenheiros do Hawaii que expressa bem isso, que diz que: “Todo mundo é uma ilha. Há milhas, e milhas, e milhas de qualquer lugar”.

Temos que nos expandir, olhar para o outro como nós mesmos, entender que estamos todos conectados e que quando você ajuda o outro, você se ajuda, e quando você se ajuda, você também está ajudando o outro é tudo a mesma coisa. E isso não se limita somente ao humano, mas se expande a tudo que é ecológico.

Poder contar com o próximo, em um ambiente onde todos se ajudam, não vai nos privar de sentir medo, mas penso que isso nos traria um pouco mais de força para superarmos juntos os obstáculos da vida.